domingo, 27 de julho de 2008

Pedra sobre pedra


Pedra sobre pedra, numa constante de movimentos certeiros, constróem-se muros, barreiras, pilares, casas.
Pedra sobre pedra, numa união desconhecida, juntam-se forças, sentimentos e sentidos na construção de algo maior.
Podem ser pedras grosseiras, ásperas e afiadas que evitarão a passagem de qualquer um, que tão pouco será possível chutá-las para longe. Também podem ser pedras roliças, desgastadas pelo vento ou pela água, num tempo que não conseguímos vislumbrar, daquelas que pegamos e lançamos sobre a água num efeito saltitante.
Não são pedras que magoam, pois não se atiram, não se rasgam no corpo de alguém, mesmo que discretamente.
São pedras que guardam, que acolhem, que suportam e que marcam vários passos, várias vidas, de uma forma estranha e irregular.
Simbolizam, simplesmente, a construção de um império, o avançar, passo a passo, pedra após pedra, na direcção do que se quer.
Estas são as que nos acompanharam, que nos fizeram cair, que nos defenderam ou protegeram.
Contudo, não passam de pedras, rochas, um aglomerado de minerais tão antigos quanto a existencia da Terra.
Afinal, as coisas simples podem sempre tornar-se complexas se assim o quisermos.

1 comentário:

Anónimo disse...

E foi com pedras sobre pedras que te tornast xpecial... obrigada! ***