quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Reencontros


Não consigo parar de pensar nas nossas mãos juntas de novo, no calor da tua pele na minha de novo, no teu cheiro, no teu abraço apertado como que a querer unir estas duas almas de novo.

Não consigo parar de pensar no teu olhar triste, na forma como o teu riso me preenche por dentro, na paz que sinto no silêncio que tão bem sabemos suportar.

Quantos reencontros são precisos para se curar o passado? Quantos abraços são precisos para se perdoar para sempre?

Quantas vidas passaram para chegarmos aqui e, agora, estarmos separados por tantos erros? Quantas mais vidas virão para que possamos, enfim, ter a felicidade nas nossas mãos, nos nossos sorrisos, nos abraços diários, nos filhos que carregamos pela mão, na vida; a nossa vida juntos?

"Não trocava nada neste mundo pelo que senti quando te vi outra vez".

E a história continua.

sábado, 6 de junho de 2015

Segredo


Queria. Queria dizer-te o quanto ainda te amo. Queria dizer-te o quanto sinto a tua falta. Queria dizer-te o quanto gostava que lutasses por mim um última vez; e que desta vez fosse mesmo a última.
Queria.
Queria adormecer contigo outra vez. Queria olhar-te pela manhã com a certeza que iria acordar para te ver todos os dias da minha vida. 
Queria que fosse verdade. Queria que quisesses o mesmo. Queria que estivesses aqui agora.
Queria puder tocar a tua pele outra vez, para sentir aquele arrepio. Queria agarrar-te, abraçar-te e não te deixar mais partir. Queria que quisesses. Queria que tentasses e... 

Somos mais fortes separados, não é? Porquê? Porque é que tem de ser tão complicado? Porque é que não podemos apagar as más memórias, os sentimentos negativos, e deixar apenas isto. Sim, isto, este sentimento que ambos temos, que nos mantém ligados, que não nos deixa sossegar a alma. Porquê? Qual é o propósito disto, sabes?

Queria mais tempo. Queria perdoar. Queria resgatar-nos. Queria... Queria que a minha vida fizesse mais sentido sem ti.
Como eu queria que tudo fosse mais simples.
Como eu (te) queria.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Lembranças


As lembranças ainda parecem tão reais. O que vivémos e revivemos foi real, o que senti, o que sentiste, foi tudo real. Onde entraram as mentiras? Porque tiveram de existir mentiras para estragar tudo o que era tão puro?
Sabes bem que acreditava em ti incondicionalmente. Acreditava em tudo: no olhar, no toque, nas palavras, nos gestos diários que me punham um sorriso na cara porque eu sabia que eram feitos por amor. Sim, era incondicional - o amor, a confiança, a preocupação.
E agora? Vês no que nos tornámos? Cada um com a sua vida, a seguir caminhos diferentes, distantes; cada vez mais distantes. A sentir saudades de tudo o que tivémos e que sempre te pedi tanto para não perdermos. A amizade genuína, a cumplicidade que só se consegue com tantos anos de companheirismo, de partilha do que há de mais puro e bonito. Foi-se tudo.
Porque mentiste, traiste, usaste, fugiste. Mais do que uma vez. E voltaste, e de cada volta tudo era cada vez mais diferente, mais distante e doía cada vez mais. Doía-me porque tudo estava diferente e já não te via igual, doía-te porque também eu estava diferente e porque vias nos meus olhos a tristeza e a dor que sentia - porque quando olhava para ti via os olhos de outra pessoa, via o mal que me fizeste, via que não era o único reflexo. Mas sabes, ainda assim, também via o meu menino de 17 anos por quem me apaixonei, aquele menino que sabia cuidar, que respeitava, que fazia de tudo para me roubar um sorriso e me ajudava a ser eu mesma numa altura em que isso era tão difícil para mim.
Sim, tenho saudades tuas, uns dias mais do que noutros. Certos dias não cruzas o meu pensamento com tanta frequência. Noutros não me sais da cabeça em lembranças, momentos, sons e cheiros.
Mas não te quero na minha vida, desculpa.
Já passou.
Já passaste e tudo vai passar. Vão ficar apenas as lembranças que com o tempo serão postas de parte, substituídas por outras. Aquilo em que agora desacredito voltará a ser real, sentido, provado. Voltarei a ser feliz, a ser amada, respeitada, cuidada e desta vez será da forma certa e valerá a pena a espera. Porque se calhar nem é de ti que tenho saudades, mas de alguém que me segure na mão e me diga que está comigo. Se calhar é essa a verdadeira saudade.
Espero que consigas ser tão feliz como eu desejo ser um dia.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Palpitação


Era uma vez uma dor, que apertava o peito e encolhia a alma cá dentro. Vinha sem aviso, assustava, acomodava-se e depois desaparecia. Era a dor de uma lembrança que vinha em busca de uma brecha para estragar a muralha que com tanto custo foi construída.
Antigamente, esta dor era como um cordão que ligava duas almas que se amavam. Ela surgia para nos lembrar que tudo é possível, para nos dizer "ainda penso em ti". Hoje é apenas uma dor - daquelas que incomoda, mas que passa, como tudo.




E já se foi.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Acordei. Adeus.


Todos os sonhos se realizam, não é?
Quando lutamos, quando tentamos, quando acreditamos com todas as forças que temos, mesmo quando achamos que já não as temos.
Não havia força, mas sonhava-se. E, passo a passo, cá vou em busca do que tanto desejo, do meu sonho há tanto deixado para trás. Porque achava que qualquer coisa era mais importante. Porque achava que ele era mais importante - pois que se f... olha, que seja muito feliz.
Foram tantas as palavras que foram escritas como aquilo que dei de mim àquele que julguei durante tantos anos ser "o tal". Foi. Pois foi. Foi o tal. O tal que deixei que me magoasse, que me ferisse, que me fizesse desacreditar neste amor. Qual amor? Não sei. Obrigada por me fazeres duvidar de tudo, passado e presente, que de presente não teve nada. 
Aposto que choras, que te dói a ausência, que te mata um bocadinho por dentro não ouvires a minha voz: eu sei. E tu, sabes quantas vezes chorei? Sabes o esforço que fiz para me pôr de pé uma e outra e outra e outra vez, sempre que te apetecia ver com quem te sentias melhor? Pois não, não sabes nem queres saber. 
O Adeus chegou, de vez. Adeus amor da minha vida.

Que sejam os sonhos os vencedores desta vida. Que seja a minha vontade de ajudar, a minha coragem e tudo aquilo que (ainda) tenho para dar (não meu querido, não ficaste com tudo) a vencer, a vingar, seja aqui, lá, noutro sítio qualquer.

Só posso estar grata por cada conquista, por não estar sozinha, por conseguir ser eu - acima de tudo.
O melhor ainda está para vir.