sexta-feira, 30 de maio de 2008

Simples...


Escrevo palavras num papel rasgado,
Amassado, amachucado.
Escrevo o que sinto, porque sinto,
Porque quero, quero dar
Quero dar-te mais do que palavras,
Quero dar-te ar, saltar, pular,
Sair, sair daqui e fugir,
Fugir contigo, para ti, por ti.
Fugir do mundo, fugir de mim.
Escrevo o que sonho, porque sonho
Ser o que sou, ser eu
Sonhar e voar, dormir e acordar
Levantar-me e agir
Bater o pé, cair.
E levantar-me outra e outra vez.
Escrevo num papel queimado,
Sujo, estragado
Escrevo enquanto posso, porque posso
Posso?
Sim! Enfim...
Escrevo. Ponto. Parágrafo.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Ontem...Hoje


No Sol da vida encontro uma mão estendida a agarrar a minha, esquecida.
Com o tempo, esqueço-me também da minha existência e deixo o frio do deserto tomar conta de mim e amparar-me nos seus braços de areia fina.
Sinto que a vida me espera algures lá fora. Mas fora de onde?
Deste sítio vazio de sons, onde o eco faz ricochete nas lembranças e morre num raio do mesmo Sol que espreita por uma janela escondida na alma?
Conheço-o tão bem.
Ilunina-me o espírito e os sonhos guardados cá dentro, à espera de uma oportunidade de brilharem por si só.
Hão-de brilhar.
Contudo...

Hoje não me sinto esquecida. Lembro-me de cada momento e de cada mão. Fecho os olhos e sinto o Sol a aquecer-me o espírito. E, ao mesmo tempo, estendo a mão e sinto-me amparada, não numa núvem de areia fina, mas num campo de sonhos, de lembranças que quero guardar, de pessoas que quero manter, de sentimentos que quero transmitir.
Hoje já não me sinto esquecida de mim.
Mesmo neste silêncio em tantos dias constrangedor, consigo pensar com lucidez e reconhecer-me.
Hoje não sou a outra da máscara decorada com purpurinas e com formas alegres e frias.
Sou aquela pessoa que nasceu no dia 21 de Janeiro de 1988 e que sonha em ter uma casa, um emprego, casar e ter dois filhos. Ser feliz. Ser alguém. Ser eu.
Com tudo de bom e de mau que isso tem.

Tenho saudades...


... de passear
de passar horas a falar sobre tanta coisa
de conversar com os olhos
de andar de mãos dadas
de falar alto na rua
de falar durante uma aula inteira
de olhar o céu horas a fio
de escrever para alguém
do meu piercing
de andar de baloiço
de vestir a roupa mais confortável que tenho no roupeiro
dos pães com chouriço da minha escola básica
de acender uma vela e ficar no escuro apenas com a sua luz
daqueles lanches em minha casa
de acordar cedo só porque sim
de escrever em conjunto
de ver desenhos animados ao acordar
daquela pessoa
de passar uma tarde com as minhas meninas
de saltar à corda
de brincar com os meus primos
de dar leite aos bezerrinhos
de tanta gente...
de tanta coisa...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

O meu lugar

O meu lugar algures no mundo.
Um lugar sagrado
Com um cheiro, com uma cor
Um lugar de sonhos
Mergulhado...
Onde me sento e...


Respiro.


Um lugar azul
Amarelo e vermelho
O lugar dos meus sonhos
Encontrado...
Onde me perco e...


Sinto.


Um lugar submerso
Nas águas do mar e do acaso
O lugar que me chama
Conquistado...
Onde venero e...


Sorrio.


O meu lugar algures no mundo
Contigo.
Quem?
Não sei.

Mas gostei.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Renascer

Faça-se renascer a força dos dias difíceis, das noites confusas, das tardes nostalgicas.
Faça-se renascer a pureza das manhãs de Inverno, dos meses de espera, das horas ensurdecedoras de silêncio.
Que renasça eu como uma fénix das cinzas, como tu que seguiste a tua estrada.
Que renasça eu que respiro e transpiro esperança, que quero por querer sem poder ter.
Renasçam os dias de Sol, as noites de Lua eternamente partilhadas numa memória remota de outros tempos ainda não vividos.
Renasce apenas porque podes... mostra-te capaz de tudo.
Nasce e renasce todas as manhãs, todos os dias, com a luz que nos acompanha por uma vida, por uma nova vida, pela vida de sempre.
Renasce porque sabes como se faz.
Renasço porque renascendo volto a ser eu.
Amanhã, renasceremos juntos?

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Nunca se sabe

Até um dia...

terça-feira, 6 de maio de 2008

segunda-feira, 5 de maio de 2008

A sete chaves


Guardo na memória, a sete chaves, uma história escrita em folhas perfumadas, num caderno ilustrado por Luas, árvores e rios.
Tranco-a para sempre porque algo mais forte se sobrepõe.
Recolho todos os pedaços espalhados, estilhaçados no chão e tento reconstruir, peça a peça, um puzzle difícil de desvendar.
Neste momento nem escrever com um sentido consigo, quanto mais fazer puzzles e encontrar razões para o montar.
Apenas continuo aqui a escrever porque é assim que me sinto bem, porque aqui não erro, não gaguejo, e tudo o que me sai pelos dedos vem dos poucos pedaços juntos que consegui manter dentro do peito.
Não quero que pareça triste mas é assim que me sinto hoje.
Sou feliz mas falta-me algo que me arrancaram aos poucos, todos os dias. Roubam-me aos bocados e deixam tudo de pernas para o ar para que eu, sozinha, volte a arrumar, limpar e recontruir.
Parece que é agora…