quarta-feira, 28 de maio de 2008

Ontem...Hoje


No Sol da vida encontro uma mão estendida a agarrar a minha, esquecida.
Com o tempo, esqueço-me também da minha existência e deixo o frio do deserto tomar conta de mim e amparar-me nos seus braços de areia fina.
Sinto que a vida me espera algures lá fora. Mas fora de onde?
Deste sítio vazio de sons, onde o eco faz ricochete nas lembranças e morre num raio do mesmo Sol que espreita por uma janela escondida na alma?
Conheço-o tão bem.
Ilunina-me o espírito e os sonhos guardados cá dentro, à espera de uma oportunidade de brilharem por si só.
Hão-de brilhar.
Contudo...

Hoje não me sinto esquecida. Lembro-me de cada momento e de cada mão. Fecho os olhos e sinto o Sol a aquecer-me o espírito. E, ao mesmo tempo, estendo a mão e sinto-me amparada, não numa núvem de areia fina, mas num campo de sonhos, de lembranças que quero guardar, de pessoas que quero manter, de sentimentos que quero transmitir.
Hoje já não me sinto esquecida de mim.
Mesmo neste silêncio em tantos dias constrangedor, consigo pensar com lucidez e reconhecer-me.
Hoje não sou a outra da máscara decorada com purpurinas e com formas alegres e frias.
Sou aquela pessoa que nasceu no dia 21 de Janeiro de 1988 e que sonha em ter uma casa, um emprego, casar e ter dois filhos. Ser feliz. Ser alguém. Ser eu.
Com tudo de bom e de mau que isso tem.

1 comentário:

Anónimo disse...

"Lindo!", é esta a palavra k m vem à cabeça... podia msm deixar umas simples "..." pk já as cnhcs tão bem... e é por as cnhcrs axim k sbs k aki tns smp duas mãos estendidas para TUDO na vida... para aquela pessoa que não precisa de usar uma "máscara decorada com purpurinas e com formas alegres e frias".

... adr-t***