terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Corrente de ar



Onde está aquele vento que levará os restos que insisto em guardar?
Por onde andará essa corrente de ar que abrirá de novo aquela janela velha, perra, que fechada se mantém dia e noite, com chuva, Sol, luar...
Parece que ando sempre à procura de alguma coisa. Procuro sempre, insisto-me em pensar que um dia encontrarei o príncipe encantado que dizem não existir, a luz no meio da escoridão quando penso que estou perdida, o caminho certo no meio de tantos, a ponte que me ligará ao que mais quero e que nem eu sei o que é. As certezas... as certezas que eu procuro constantemente.

Desta vez quero uma corrente de ar. Uma autêntica ventania que revolva todas as minhas certezas, tudo aquilo que planeei, tudo aquilo que acho que está certo, todos os meus hábitos!
Uma ventania que traga novos cheiros, novos olhares (escondidos nesses olhos), uma aragem forte que seja a mudança da minha vida.
Vou aproveitar um dos desejos para o próximo ano e pedir exactamente isto.
Que alguma coisa mude.
Que mude tudo!
Que seja diferente.
Que eu queira e consiga.
Que valha a pena. E que eu saiba... sim, que eu saiba.

sábado, 12 de setembro de 2009

Colbie Caillat - Breakthrough

Why is it so hard
It was so long ago
I don't know where to start or what to say to you
I've been all alone needing you by my side
But its not too late
Maybe we just needed time
Can we try to let it go?
If we don't than we'll never know
I try to break through but you know that its up to you

We say that time is meant to heal
But it still hurts inside
I wish that none of this was real
cause we're so far behind

You've been all alone
Needing me by your side
But its not too late
Maybe we just needed time
Can we try to let it go
If we don't than we'll never know
I try to break through
But you know that its up to you

And i know that our love can grow
But this damn river needs to flow
I will try to break through but you know that its up to you

Its time to make a stand
Maybe it won't last
But we should take this chance

Can we try to let it go
If we don't than we'll never know
I try to break through
But you know that its up to you
I know that our love can grow
When this damn river needs to flow
I will try to break through
But you know that its up to you

I'll try to break through but you that its up to you
I'll try to break through but you that its up to you

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

I need you to be happy

Recomeçar

Tal como o Sol nasce, metaforicamente, a cada dia.
Tal como uma história só chega ao fim quando, realmente, a terminamos.
Tal como o Mundo gira, compassadamente, debaixo dos nossos pés.
Vou recomeçar.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Procuro no escuro... e sorrio

Do escuro surge a vontade de agarrar algo invisível mas forte, o suficiente para me manter alegre, sorridente, como me quero ver daqui para a frente.
Tento manter a mão estendida para o que vem. Falam-me de medos escondidos, de sentimentos reprimidos que me tornam céptica, porque não amarga... mas que ainda assim fazem parte bem vincada do meu ser.
Mantenho a mão estendida em busca daquele alguém que me salve destes medos, que me leve a descobrir um mundo novo, a quebrar muros e barreiras como mais ninguém fez.
Do escuro ouço uma voz longe no tempo, longe também no espaço. Corro para ela e deixo de a ouvir.
"Mantém a calma" - diz-me ela.
E assim faço. Paciência mais uma vez.
É então que descubro um brilho. Quero compreender do que se trata mas a visão está turva como tantas vezes já a mantive. Esforço-me mais um pouco e encontro uns lábios, uns olhos que me sorriem com suavidade. Pisco para ter a certeza que não estou a sonhar. Olho mais uma vez e lá estão eles.
Sinto uma mão que me toca com carinho... que me leva daqui sem nada pedir em troca.
Deixo-me levar e mantenho na face aquele sorriso, o que me faz viver.
E vivo. Hoje, amanhã e mais um pouco.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Relembrando...

Momento para relembrar como se escreve e para sentir como é bom quando escrevo coisas que me saem algures da alma e não propriamente da mente.E por relembrar, relembro nesta foto uma viagem marcada por descobertas, conhecimentos (de mim e dos outros) e tantos outros sentimentos que jamais imaginei ter naquilo que se parecia com mais um passo no meu percurso académico. O que foi. Mas principalmente foi mais um passo na minha vida, na construção de mim e na minha forma de encarar o mundo e as pessoas. Afinal há muito mais fora desta bolinha de cristal em que me fechei algures num tempo que não me recordo. Existem pessoas, culturas, línguas, esculturas, monumentos, momentos, locais... tanta e tanta coisa que passou mas não foi de passagem.
Agora acredito nas marcas profundas que a profundidade de um instante pode deixar em mim. São marcas de pessoas diferentes que tiveram uma constante presença durante duas semanas e que me ensinaram pequeninas coisas que não vou esquecer. Ensinaram-me que se pode gostar de um desconhecido apenas pela partilha de emoções, ensinaram-me que não faz mal não se compreender quando um sorriso vale como língua universal. E sobretudo ensinaram-me ou relembraram-me como a partida e a despedida são difíceis quando mais uma vez não é possível dizer "até amanhã". Porque o "amanhã" pode ser daqui a muito tempo, talvez nunca mais...
Relembrando a célebre Pont d'Avignon, metade destruída, é assim que me imagino. Não metade destruída, mas uma metade por construir. Mais um tijolo se acrescentou, mais umas gotas de água foram incluídas num rio que não pára de correr. Mais uma vez me senti capaz de voar e de sonhar como fazia antes.
Mesmo sabendo que não verão estas palavras, obrigada pela presença, pela partilha, pelo carinho e atenção destes dias. Obrigada a alguém que me possibilitou esta experiência.
E Obrigada a Ti por estares presente sempre na minha vida.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Reencontro dos sentidos

Dou por mim a pensar em como todos os meus sentidos se vão com o tempo. Já não sinto o palpitar, o aperto no estômago, a vontade de gritar bem alto para toda a gente ouvir, a tontura que teima em me adormecer e contra a qual luto para manter os meus olhos bem abertos.
Dou por mim a pensar em como tudo isto se esquece (ou arrefece em nós), a ponto de pensar que desapareceu e não volta mais.
Mas então ele aparece, à distância, e a sua presença é inconfundível. Num instante, tudo volta: a dor, a saudade, a revolta, a vontade de correr, abraçar, beijar, agarrar, prender e amarrar com as cordas mais fortes para que não fuja e não leve de mim todos os sentidos.
Não são precisas palavras nem olhares, toques ou carícias.
A presença pura e simples é suficiente para despertar do sonho encantado tudo aquilo que gosto de sentir.
Quem me dera que não adormecessem mais para que pudesse sempre acreditar. Mais do que agora. Mais do que ontem.
Amanhã?

domingo, 22 de março de 2009

Donna Maria - Foi Deus

Homenagem à noite de ontem em Alenquer.

Donna Maria, uma grande descoberta.

domingo, 8 de março de 2009

Foge-se do medo

Fugi por medo.
Pela primeira vez fugi de algo que me assustou, simplesmente virei costas e parti.
Pela primeira vez não confrontei o medo e me magoei só mais um pouco.
Pela primeira vez afastei-me realmente daquilo que amo apenas porque me assustei, porque não tive coragem.
Poderá ser um pequeno sinal? Poderá significar mais do que aquilo que foi?

Não há mais nada a dizer?

Dói. E mais uma gota foi derramada.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

...que escapou


Abriu-se mais uma vez esta mão que luta e que se defende da dor que lhe causam a cada estalada.
Desejou encontrar um pouco de sentido, encontrar-se, em fim, naquilo que é e que por vezes esconde sem saber porquê.
Não foi tocada, agarrada nem amada. Foi apenas vista de relance, reconhecida no meio da poeira que a tornava esquecida, mesmo sem esquecer as dores que já teve.
Foi só um passo, mas normalizou.
Devaneios de uma mão sem dono que se escapou!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Uma mão

Uma mão cheia de sonhos, carregada de desejos e ambições.
Uma mão cheia de frases, sufocada por cada sopro de silêncio.
Uma mão cheia do que te quero dar, atolhada de ideias, de palavras, de carícias... uma mão que desespera por ser tocada, sentida, amada.
Fecha-se por medo, em sinal de luta, em forma de defesa. Abre-se a quem dela precisa, dando o que tem e o que não tem por um significado lógico de existência.
Não pede, anseia.
Não anseia, deseja.
Não deseja, sonha.
Sonha, sonha... e acorda de novo só, fria...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Uma última vez

Só mais uma lágrima derramada no desespero de um momento de fúria, de um momento de desamor, de um momento de solidão profunda.
Uma gota caída numa imensidão de cores que podiam ser marcas tuas mas já não são. São marcas do passado que deixou de existir agora e que me fez perceber a velocidade do tempo.
A espera nada importa, os sonhos transformaram-se num fumo disperso e dispersamente perdido no meio do nevoeiro que nos circunda.
Sinto frio, sinto medo do maior medo que tenho e que é a solidão. Enrosco-me em mim na esperança de que uma chama se acenda e arda por nós, arda por ti e me ilumine o caminho em frente, transformando o passado numa pesada sombra. Sim, numa sombra, aquela que me persegue há tanto tempo e da qual me preciso soltar.
Deixo cair uma última lágrima na esperança que seja definiva.
Não vou esquecer, recordarei às vezes, mas por agora preciso de viver.
Até um dia.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Voz do coração

Tentei descrever momentos por palavras que não me soaram correctas.
Tentei nomear sentimentos que pudessem descrever esses momentos e o seu significado.
Contudo, todas essas palavras me pareceram poucas. Como se houvesse muito mais do que isso a dizer, como se todos os adjectivos, verbos e substantivos que pudesse arranjar fossem mais que poucos para definir, nomear, descrever um, ou tantos momentos.
Decidi então tentar escrever.
"A voz do coração".
Imagina-te na praia, num final de tarde, quando todos os sentidos estão activos.
Ouves o mar, sentes o sabor a sal nos lábios, observas um misto de cores produzidas pelo pôr do Sol, sentes a areia fina entre os dedos e aquele cheiro inconfundível que só o Mar nos traz.
Transporta todas estas sensações para um momento, uns curtos minutos em que o que está à tua volta deixa de importar, em que a única coisa que consegues escutar é um palpitar certeiro, como os ponteiros de um relógio. Podia ser o relógio do tempo, mas não.
Então, num instante mágico, deixas de ver, sentir, ouvir, saborear ou distinguir qualquer odor. Mas, curiosamente, tudo parece completo. Tão ou mais completo como naquele final de tarde na praia.
É nesse momento que "a voz do coração" se faz ouvir.
E ela fala, conversa em silêncio, partilha... compõe uma sinfonia única. Como se mais nada fizesse sentido senão aquilo.
O que senti?
Não sei.
Um misto de areia e sal, Sol e Mar... Um misto de tudo aquilo que foi, é e continuará a ser, enquanto o Mar e o Sol, o sal e a areia existirem para nós, tudo isto existirá para mim.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Tábua

Porque o tempo para escrever neste momento se restringe a trabalhos académicos ou apontamentos para exames, há que aproveitar cada momento, por curto que seja, para partilhar plenamente este dom que é a escrita.
Foi num dos momentos de pausa e devaneios de estudo que este poema se construiu.
Foi numa experiência partilhada por três pessoas que sonham, que vivem, que querem uma vida e um mundo, que lutam por eles com tudo o que têm.
Acima de tudo, foi construido por três pessoas que acreditam e deram um pouco de si em cada verso deste pequeno "sonho", deste pequeno tudo transformado em palavras.



Tábua

Um encontro para novos,
Sábios ou sabedores,
De horizontes longínquos
Onde a madeira não apodrece!

Tempos passados
À volta de uma mesa,
Copos vazios,
Poeiras sentidas,
Partem-se e voam daqui

Prazeiroso, até!
Uma tábua de sonhos
Partida e vivida,
Reconstruida
E nunca reconhecida!

Um encontro de velhos,
Ignorantes ou mudos,
Conhecem-se pelas falhas
Do chão debaixo dos pés!

Velhos esquecidos no tempo,
Encontrados por novos caminhos,
Os caminhos repetidos,
Esquecidos outrora!
Contudo repetidos
Pelos novos.

Novos velhos,
Velhos sábios,
Sábias tábuas,
Caminhos perdidos!

Encontros desencontrados,
Vidas vividas,
Por novos e velhos
Sábios e sabedores
Por tábuas nunca antes esquecidas
E versos de um velório que vê morrer
Para nascer algo novo!
Por:
Ana Rita Faria
Bruno Almendra
Célia Monte