sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Devaneio: Sinfonia da Vida


É no silêncio que se descobrem os medos, que se encontram memórias, velhas e sujas, que se ouve o tempo, tic tac, tic tac, que teimou em passar tão depressa, tão devagar.
É na imensidão do silêncio que se alcança a sabedoria sobre nós próprios.
Caçam-se fantasmas, desenham-se sonhos, voa-se daqui para fora.
É também em silêncio que se têm as conversas mais importantes, que se debitam as palavras mais harmónicas e certas.
Mas... por vezes o silêncio magoa, enlouquece, muda, molda, queima, enfurece, esquece... mata e mói.
Qual é o teu silêncio? É aquele que me tira do abismo e me torna crente? Ou aquele que me empurra e me pisa e me deixa no esquecimento, na ausência de sons, no escuro?
Qual é o teu intento? Amar-me? Esquecer-me? Odiar-me, talvez?
Ensina-me a gostar do silêncio e eu ensino-te a viver com ele. Juntos, então, criaremos a sinfonia das nossas vidas.

domingo, 19 de junho de 2011

Perdida

Sabes aquela vontade de morreres por já não seres tu? Aquela sensação de que todo o mundo te usa para se sentir melhor, mas não se preocupam com as lágrimas que te caem pelo rosto sem que queiras.
Sabes quando olhas à volta e parece tudo mais complexo do que devia ser? Quando te sentes perdida e sem rumo, só porque te tiraram os melhores sentimentos que tinhas com simples palavras.
Esta vontade de deitar e dormir até que tudo passe, de simplesmente dizer “deixa-me em paz!”, esta vontade que me tira o sono e a fome, que me faz alimentar de água salgada dia e noite.
Como posso voltar a mim? Como posso sentir de novo que vale a pena mais um dia, que o que faço está correcto, que tudo vai ficar bem?
Como posso tornar tudo mais claro, ver quem está certo ou errado?
Só quero voltar a sentir que tudo faz sentido, que tudo vale e valeu a pena. Só quero não sentir este frio, nem esta dor no peito que quase me tira o ar. Só quero que tudo pareça de novo um conto de fadas, com cores e sonhos. Para onde foi tudo isso? O que é que eu faço para me sentir plena e feliz novamente?
Não sei.
Não sei…

terça-feira, 10 de maio de 2011

Meu amor


Já tivemos pegadas distantes e frias, em caminhos paralelos.
Já tivemos noites em claro, noites de Inverno que nos gelavam a alma, mas onde a troca de olhares acontecia sempre que olhávamos a nossa Lua lá no alto.
Do tanto que já tivemos, que importa o frio e a dor que nos paralisou, nos cegou ou nos fez vaguear por estas e aquelas ruas?
Hoje és, como sempre foste e sempre serás, o meu amor. O "amor da minha vida" como me lembro de te chamar há tantos anos. Mais do que aqueles que alguém consegue contar.
És uma parte importante de mim. És quem faz de mim alguém melhor todos os dias. És quem, pacientemente, caminha ao meu lado. Não, o caminho paralelo está hoje ligado pelas nossas mãos, por todos os sentimentos que por muito que diga jamais conseguirei explicar.
Sim, és o meu amor. Aquele que há tanto desejo, que sempre soube fazer parte de mim.

Sempre, para sempre. 

quinta-feira, 5 de maio de 2011

E hoje?

A sombra que foste de mim, hoje é o meu abrigo, a protecção que sempre quis e que tanto bem me faz.
O luto que deixaste, é hoje a cor que guardo na gaveta mais funda da minha alma, marcada com o rótulo "para não esquecer". 
A saudade que me consumiu, é hoje a força de cada dia e cada hora contigo, é o valor que damos a cada momento, cada olhar, cada toque.
O medo, esse mantém-se e mantém-nos aqui, lado a lado, sem nunca mais virar as costas.
O respeito de antes, está hoje fortalecido, como se nunca um pingo de raiva ou rancor por nós tivesse passado.
Fazes de mim o melhor que sei ser. Fazes-me sorrir como não sabia conseguir, fazes-me brilhar como se jamais as nuvens cobrissem o céu. 

Hoje, contigo, com lágrimas e sorrisos, em paz e com tudo o que temos. Para sempre?
Porque sim.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Acompanhas-me


Reflexos. Escuridão. Luz.
A mesma Lua que nos contempla noite após noite, que na sua remota inocência espalha luz por onde passa, iluminando caminhos e olhares como se fosse essa a sua missão.
Paz. 
Eterna gratidão por cada momento, cada sorriso, cada lágrima, cada abraço e cada beijo, cada carícia, cada palavra. Com uma paz que me acompanha não sei como nem vinda de onde, debaixo desta luz que espelha tantos desejos, tantas horas de contemplação e esperança, sigo um caminho.
E Ela acompanha-me, tal como tu meu amor. Num caminho, numa vida e em tantos sonhos.
É bom não estar só. Obrigada também por isso. 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Porque sim


Hoje temos o toque de duas mão perfeitas, temos o cheiro de dois corpos que se fundem naturalmente, temos a carícia de tantas horas em comum.
Hoje temos as palavras silenciadas por olhares, temos os olhares que expressam sentimentos, temos sentimentos que só nós conhecemos.
Hoje temos a paz que há tanto desejávamos, temos o desejo de que dure para sempre, temos todo o tempo do mundo para ser felizes.


E na saudade que estas palavras transportam, hoje e sempre, para sempre, tenho-te comigo.
Tu sabes.

Até logo.