domingo, 6 de março de 2016

Adeus.

Foram precisos anos de negação, de crença de que seria possível sermos amigos, para hoje chegarmos aqui. Acreditei sempre em ti, sabes? Acreditei que podíamos ser o que achei que tínhamos sido por tantos anos. Que, no fundo, quando mais nada sobrasse e mesmo quando ambos tivéssemos as nossas vidas, poderíamos, ainda assim, ter-nos um ao outro; mas não.

Sabes quantas vezes me perguntei o que seria preciso acontecer para que eu te dissesse, finalmente, adeus? Nada parecia ser suficiente. Talvez porque sempre me prometeste que viesse quem viesse, eu seria sempre Eu. E eu queria fazer o mesmo. Manter-te naquele lugar importante na minha alma e na minha vida.
Afinal bastava isto; bastava ver que tens duas caras, que danças ao sabor da maré que te leva a melhor porto e que, se tudo o resto falhar, eu sou o ponto de abrigo. Era.

Pois é, agora acabou. Estou de fora a ver tudo, como se estivesse calmamente sentada numa nuvem lá bem no alto, a ver a nossa história. E vejo tudo. Mas já não sinto dor, nem ódio, nem raiva... nem amor. Acabou. Só quero que não tentes entrar outra vez na minha vida.

Adeus.