
Brincamos aos disfarces, tentando encontrar um traço e uma cor que escondam uma ferida ou um olhar triste.
Pintamos de azul, vermelho e amarelo aquele cinzento que um dia se apoderou de nós sem sabermos como ou porquê. Às tantas descobrimos o poder que esse preto e branco tem em nós. Viciante.
Apenas até nos permitirmos a colori-lo com todas as cores do mundo, com todos os enfeites que conhecemos.
Seja numa tentativa de fuga ou de cura.
O quarto pintei-o de cor-de-rosa e vermelho. O coração vai deixando, aos poucos, este luto que tomou como seu. E eu, vou largando o preto com pinceladas de alegria e de sorrisos, numa tentativa cada vez mais esforçada de acender um vazio há tanto apagado.
E com todas as cores do mundo faço do meu mundo um lugar seguro.