quinta-feira, 19 de julho de 2007

Asas



Já lá vai um tempo desde que demos um fim a isto.
Pois é, começa a ser apenas uma mera lembrança guardada em mais um livro de histórias. Mais um daqueles livros com relatos intensos e fúteis, de amor e de raiva, com um tempo e um espaço que se mantêm.
Mas sabes uma coisa? É tempo de abrir de novo as asas.
Não te vou deixar para trás, acredita que não.

No outro dia tive um sonho interessante. Era como se estivesse a reviver aquela tarde em que me viraste as costas pela segunda vez. Mas no sonho eu dizia-te o que te queria ter dito e não disse: “Eu vou amar-te para sempre, por muitas vezes que me vires as costas, porque o que somos não se apaga. E tu sabes o que somos.”. Era assim que acabava este sonho. Quebrava a promessa da palavra “sempre”. O mais estranho é que acordei a sorrir. Será por ter visto tão nitidamente o teu rosto e ter sentido o teu perfume como se estivesses ali? Foi sem dúvida uma boa lembrança. E é assim que se irá manter.
Paulo Coelho disse num dos seus livros que, quanto mais vezes contamos um facto da nossa vida, uma história, mais distante ela se torna de nós. E é assim que a guardamos como uma recordação. Deixa de doer, deixa de ferir.

Vou abrir as asas e voar daqui para fora, fechar de vez este livro.
Já não fere, às vezes dói, mas depois passa. Porque começas a ser, apenas, uma lembrança boa, daquelas que nos fazem sorrir.
Podes aparecer quando quiseres. Sabes que o teu lugar está guardado. E eu nunca te vou negar qualquer ajuda que precises. Tu sabes que não.E contigo consigo quebrar com as duas palavras: “sempre” e “nunca”. Sabes porquê?

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